Durante a Semana de Educação Continuada do Colégio Notre Dame de Lourdes, a neuropsicóloga Carla Martha Jakel abordou a questão do bullying. O objetivo da escola, ao convidar a especialista para a palestra, foi de conscientizar os educadores de que o bullying existe, que geralmente ocorre de maneira implícita, e de como conduzir a situação.
De acordo com Carla Jakel, o bullying é um processo que não acontece necessariamente no ambiente escolar, podendo acontecer em casa, no condomínio, no banheiro, dentro do ônibus, em qualquer lugar. “Se há um trabalho de prevenção, de orientação, a tendência é não somente identificar como agir diante de uma situação em que ele acontece”, observou.
O bullying, explicou a especialista, pode ser um processo verbal, físico, psicológico e sexual, sendo que o mais fácil de identificação é quando há agressão física. "Agora quando existe uma coação, uma intervenção da pessoa que está praticando o bullying fica mais difícil de identificar”, alertou a neuropsicóloga.
As formas
As formas verbais, pontuou Carla Jakel, geralmente ocorrem quando a pessoa irrita, discrimina, intimida, persegue, aterroriza, ameaça. Ou seja, são várias formas que a pessoa pode usar quando ela parte para o lado psicológico ou moral.
“Já a forma sexual do Bullying é quando acontece um abuso, violência sexual ou física, um assédio ou insinuação, e pode ocorrer não somente entre meninos e meninas, ou meninos e meninos ou entre várias crianças ao mesmo tempo”, exemplificou.
A neuropsicóloga apontou o Ciberbullying como um dos piores ou mais agressivos, porque pode fazer com que a criança vivencie o seu nome ou essa agressão 24h na rede, e geralmente existem casos mais graves onde usam perfil falso, filmagem e fotos.
“A questão principal do bullying é que ele é constante. É um processo que ocorre repetição dessas agressões, e ele tende a ser velado. Geralmente existe uma coação até da própria pessoa que pratica o bullying para falar isso eu não quero que saia, não quero que ninguém saiba e a vítima geralmente sofre uma pressão”, ressaltou.
Papel do professor
Segundo Carla Jakel, o papel do professor inicialmente é identificar essa criança que está em sofrimento. “Elas geralmente ficam reprimida, com dificuldade de se expressar, ficam isoladas no recreio, perto dos inspetores e professores para terem o resguardo dele, ficam retraídas, não fazem perguntas e nem opiniões na sala, podem faltar e podem aparecer com hematomas”.
A especialista também cita que as vítimas podem usar seus desenhos ou expressões para colocarem essa situação de desespero, de angústia, e também podem sinalizar raiva, e explicitar o problema por meio de um colega ou amigo.
“A vítima do bullying deseja uma ação ativa do professor e coordenador. Então, tem que ter um espaço para diálogo, para entender o que está acontecendo. Esse tem que ser um assunto visível e falado entre as pessoas”, acrescenta.
Papel da escola
A neuropsicóloga Carla Jakel disse ainda entender que a escola tem um papel muito importante, e que faz o papel dela a partir do momento em que abre espaço para o diálogo. “Agradeço a iniciativa do Colégio Notre Dame. A escola é um espaço para conversar, para trazer este tema, identificar e agir. Essa iniciativa da escola foi excepcional”, finalizou a especialista.
Sobre Carla Jakel
Carla Martha Jakel é de São Paulo, formada em Psicologia pela UMESP (Universidade Metodista do Estado de São Paulo), especialista em Neuropsicologia pelo ICHC/FMUSP (Instituto Central do Hospital das Clinicas – Faculdade de Medicina da USP).
Sandra Carvalho
Assessoria de Imprensa
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